Se tem um talento que Eduardo Rodrigues possui é jogo de cintura. Acordar às 4h, dar conta de encomenda de bolos, preparar docinhos e decorações até tarde e ainda trabalhar como atendente de telemarketing não é para quem faz corpo mole.
Molejo só mesmo para acumular mais um papel na acelerada rotina, e ostentar a sonhada e suada coroa de Rei Momo do Carnaval juiz-forano de 2017, conquistada em sua quarta participação no concurso que elege a Corte do Samba, aos 28 anos.
A garra para lutar e chegar a ser majestade momesca é um reflexo de sua personalidade. Quando começou a fazer bolos simples em casa aos 15 anos, "para tomar com café", Dudu, como todo mundo o conhece, nem desconfiava de que estava dando início a uma carreira. Com o tempo, vizinhos e amigos foram gostando, recomendando, e desafiando o jovem a testar seus limites na cozinha. "Quando desfilava como ala, queria mais atenção. Fui destaque, comissão de frente, e não parei até ser rei. Na cozinha, também sou assim."
Muitos tutoriais de internet e cursos depois, Sua Majestade Confeiteira faz obras de arte de comer, esculpindo em massa doce suas criações cuidadosamente preparadas. "Sou caprichoso e vaidoso. Quando faço um bolo, a melhor parte é quando me elogiam. Assim como os aplausos que recebo quando me apresento como Rei Momo".
Sem pensar em descanso, Dudu já planeja os próximos passos, depois que encerrar os de samba, ao passar a coroa no fim do reinado. "Quero ter meu próprio buffet de festas e me dedicar só a isso. Sei que demora a engrenar, mas estou no caminho certo. " Não restam dúvidas. Quem é que não quer comida de rei?
Textos - Júlia Pessôa
Fotos - Sérgio Neumann