"Plano Municipal de Redução de Riscos” é discutido em audiência pública
Mapear, diagnosticar e propor soluções para as áreas de risco: esses foram os principais objetivos do “Plano Municipal de Redução de Riscos” (PMRR), apresentado na tarde desta quarta-feira, 3, em audiência pública na Escola de Governo da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). A Fundação Israel Pinheiro (FIP) realizou a revisão e ampliação do documento, elaborado em 2007.
O prefeito Bruno Siqueira participou da audiência e destacou o trabalho que tem sido desenvolvido pela Prefeitura nesses dois anos e meio, para prevenção e redução das áreas de risco: “Temos hoje o maior volume de obras de contenções do município. Já entregamos oito e temos atuado de forma preventiva. Com essas intervenções, buscamos minimizar a dor das pessoas. Essa audiência é fundamental para nortear nosso trabalho. Gostaria de ressaltar que retiramos 200 famílias de áreas de risco esse ano. Até o final do ano que vem, pretendemos deixar a cidade muito melhor do que encontramos em janeiro de 2013. Já fizemos muitas obras de contenção e vamos fazer muito mais”.
No início da apresentação, o engenheiro geólogo, coordenador do plano e representante da FIP, Leonardo Andrade de Souza, explicou que 80% das áreas perigosas estão relacionadas ao “risco induzido”, ou seja, à ação do próprio cidadão, gerando o problema: “A pessoa acaba gerando risco para a própria família”.
O plano fez o diagnóstico e sugeriu o que precisa ser feito para gestão e gerenciamento do risco. “A escala de detalhamento é maior que a anterior, o que permitiu um diagnóstico melhor das áreas de risco do município. Somando-se aos esforços já desenvolvidos pela Defesa Civil, pudemos ter um panorama mais próximo da realidade, principalmente o que tange às áreas de risco e alto risco”, afirmou Leonardo.
Foi apresentado o resultado de dois anos e meio de estudos, mostrando as principais áreas de risco da cidade. Mas o que seriam setores de risco? Trata-se de um espaço definido dentro do bairro, sujeito a sofrer determinado processo destrutivo, cujas evidências ou predisponentes serão identificados. “Cada dia mais, os problemas são pontuais, o que faz o desafio maior ser o de orientar a população”, acrescentou o engenheiro.
Hoje são 79 setores, sendo 33 de médio risco, 40 de risco e apenas seis de alto risco. As áreas de médio risco, de uma maneira geral, não precisam de intervenções, e sim de monitoramento, para que não evoluam. “Nossa metodologia prioriza o trabalho de campo, o que permitiu uma análise diferenciada. Daqui para frente, dá para ter um controle maior, para ver se as áreas estão expandindo ou não”, afirmou Leonardo.
Por se tratar de recursos públicos, a audiência faz parte da última etapa do PMRR. Os recursos são oriundos do Ministério das Cidades, cujo repasse foi feito para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana (Sedru), que contratou a FIP para desenvolver o plano e repassar ao município. “Agora, a Prefeitura tem que dar continuidade às atualizações. Nesse trabalho, fazemos o mapeamento e damos a solução, tanto na setorização do risco quanto nas propostas para resolver aquelas áreas, desde uma obra, quando for o caso, ao monitoramento, para que as áreas não evoluam, e às vezes é necessária a remoção, quando a obra não é possível de ser executada”, finalizou o engenheiro.
O subsecretário de Defesa Civil, Márcio Deotti, destacou o trabalho apresentando: “O plano é um trabalho de diretrizes que o município irá tomar na prevenção e redução de riscos. É uma proposta que engrandece o nosso trabalho”.
TEXTO: Luciana Peralta FOTO: Gil Velloso
* Informações com a assessoria de comunicação da Defesa Civil pelo telefone 2104-8776.