NOTÍCIAS: DEFESA CIVIL
JUIZ DE FORA - 22/6/2015 - 17:10
Trabalho de prevenção da Defesa Civil e intervenções da PJF reduzem número de ocorrências em mais de 30%
A triste consequência das chuvas em Juiz de Fora, em outros tempos - com deslizamentos de taludes, alagamentos e perdas de bens materiais, incluindo casas - agora mudou. Nos últimos anos, graças às intervenções realizadas pela Prefeitura e ao trabalho de prevenção da Defesa Civil, o alerta é constante, mas as ocorrências graves diminuíram muito.
E os número comprovam isso: de janeiro a abril de 2013, a Defesa Civil registrou 1.073 ocorrências. Em 2014, no mesmo período, esse número reduziu 12,3%, com registro de 940 ocorrências. Já em 2015, a redução foi ainda mais significativa, com 725 ocorrências, ou 22,8% menos casos do que em 2014, e 32,4% em relação a 2013.
"Além de termos reduzido o número de ocorrências, houve um aumento de registros de orientação técnica, o que mostra que a população está mais preocupada e atenta. Nossas ações de prevenção têm aumentado, principalmente as que envolvem o voluntariado, e, com isso, temos conseguido reduzir o número de ações de resposta a desastres e ter um aumento das ações preventivas", enfatizou o subsecretário e Coordenador de Defesa Civil, Márcio Deotti.
Entre os trabalhos de prevenção realizados pelo órgão, dois são de caráter essencialmente educativo: a blitz educativa e o projeto "Defesa Civil vai às Escolas". Em 2014, o público atendido com o projeto foi de 12.247 pessoas em 34 instituições de ensino e dois centros de Referência de Assistência Social (Cras). Em 2015, até abril, já foram atendidas 1.611 pessoas em oito escolas e dois Cras. Já a blitz educativa, na edição de 2013, entregou 1.800 kits, com material variado, sobre prevenção, contando com diversos parceiros. Nessas ações são abordadas diversas questões, sobre como construir de forma segura e a importância de não se jogar lixo em talude, até segurança no trânsito e prevenção da dengue. Em 2014, o número de kits saltou para cinco mil, ou seja, aumento de 278%. Os assuntos são definidos e atualizados a cada ano, e agora será abordado o consumo consciente da água, com a previsão de distribuição de dez mil kits. A primeira blitz educativa de 2015 aconteceu em maio.
Um feito inédito, concretizado pela atual administração, é o mapeamento das áreas de inundação, que começou a ser elaborado em 2014. Foram feitos 19 mapas: um das regiões central e sul, dois da rural, três da leste, da sudeste e da nordeste e seis da norte. "Aproveitamos e atualizamos alguns mapeamentos de risco de deslizamento. Esses riscos são mutáveis, então, em alguns casos, podem diminuir seu grau e, em outros, podem aumentar. Por isso, é importante o monitoramento", explicou o chefe do Departamento de Prevenção e Articulações Intersetoriais da Defesa Civil, Joaquim Eduardo. A cidade conta hoje com 20 novos mapas de deslizamentos: sete na nordeste, quatro na leste e na sul, três na sudeste e dois na norte. Os mapeamentos contaram com a parceria da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e do Ministério da Integração Nacional.
Entre 2013 e abril de 2015 a Defesa Civil realizou a demolição de 79 imóveis, localizados em áreas de risco ou com suas estruturas comprometidas. "Quando a demolição é preventiva, ou seja, quando o imóvel está localizado em uma área de risco, a família é encaminhada para um dos programas de assistência social", acrescentou o chefe do Departamento de Operações Técnicas, Walter de Melo.
Em 2013, a Defesa Civil tinha cadastradas 112 famílias recebendo o auxilio moradia. Em 2014, esse número reduziu para 84, e este ano são apenas 44, sendo que todos já estão encaminhados: dois para o Residencial Novo Triunfo, 13 para o Minha Casa Minha Vida, 17 aguardando intervenção ou consolidação, sete no Residencial Grota de Puris e cinco com reintegração de posse. Com isso, o passivo existente na Prefeitura deixa de existir, com todas as famílias encaminhadas. De 2010 a 2015, a subsecretaria já fez 26.939 doações, entre cestas básicas, cobertores, colchonetes, colchões, lonas plásticas e telhas.
Em 2013, com a elaboração do Plano de Contingência, que envolve todas as secretarias e entidades públicas municipais e vários órgãos estaduais e federais de resposta a desastres, a Defesa Civil definiu todas as seqüências de acionamentos de gestão a desastres, de acordo com cada tipo de evento a ser enfrentado. Este plano, mesmo após o período das chuvas, é discutido e avaliado pelo órgão, como forma de se minimizar as possibilidades de ocorrências dos sinistros e avaliar as capacidades individuais de cada órgão componente do Sistema Municipal de Defesa Civil.
A subsecretaria conta, além disso, com o Plano de Monitoramento de Áreas Desocupadas, que tem como finalidade o acompanhamento, in loco, das áreas onde foram efetuadas remoções de famílias. Hoje, 99 áreas desocupadas são monitoradas.
Nessa administração, a Defesa Civil deu início a cursos de capacitação para agentes voluntários, dando assim maior importância à participação popular. Já são 219 agentes de todas as regiões da cidade, e outros 120 estão em treinamento. O objetivo é ter pelo menos um agente voluntário em cada bairro de Juiz de Fora. "Os agentes são essenciais, pois eles estão inseridos dentro da comunidade, ou seja, podem nos avisar de forma imediata de um possível sinistro ou de um caso de risco, que, devido ao chamado antecipado, pode ser evitado", acrescenta Deotti.
A Defesa Civil realizou, ainda, simulados em 2013 e 2014. No primeiro ano foi no bairro Três Moinhos, com objetivo de preparar ações em casos de desastres provenientes de movimentação de massa. O local foi escolhido por ter vários pontos de instabilidade de taludes, alguns já tendo recebido intervenções da Secretaria de Obras e, por isso, tendo seu risco eliminado. A ação contou com parceiros e simulou o socorro em casos de residências atingidas por deslizamentos.
Já em 2014 foi feito, no Bairro Industrial, um simulado de alagamento, desde o aviso do aumento do nível do córrego e rio, que iria acarretar na inundação, até o socorro das vítimas ilhadas. "São simulados para testar o sistema, antes que o evento ocorra de verdade, colocando em prática a atribuição de cada órgão. Após a ação são analisados vários fatores como, por exemplo, o tempo de acionamento e de demora para chegar ao local", complementou Deotti.
Em 2013, a Prefeitura firmou convênio com o Governo federal, no valor de R$ 15 milhões, para obras de contenção em vários bairros da cidade. E elas foram concretizadas nos bairros Santa Teresa, Três Moinhos, Grajaú, Vila Fortaleza, Santa Cruz, Borboleta, Parque Guarani e JK. Além disso, teve início a contenção do bairro Ladeira e outras intervenções no Três Moinhos estão em andamento. Em 2015, outro convênio saiu do papel, desta vez no valor de R$ 40 milhões. A primeira licitação já foi realizada e as obras tiveram início esse mês no bairro Nossa Senhora de Lourdes. O lote contempla ainda os bairros São Geraldo e Granjas Bethânia. Esse é o maior conjunto de obras de contenção da história da cidade.
Em parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a Defesa Civil instalou uma estação hidrológica na "Ponte Vermelha", no Bairro Santa Terezinha. Lá está um sensor, que faz a leitura do nível do Rio Paraibuna e fornece o índice pluviométrico do local. Os dados fornecidos são utilizados no sistema de alerta de desastre, antecipando eventos diversos, com a finalidade de reduzir os impactos dos sinistros. Existem, espalhados em todas as regiões da cidade, 26 pluviômetros automáticos e 12 semiautomáticos, com a mesma função de prevenção.
Juntamente com as esferas estadual e federal, a subsecretaria organizou e coordenou a 1ª Conferência Intermunicipal de Proteção e Defesa Civil de Juiz de Fora e região, evento preparatório para as conferências estadual e nacional. O prefeito Bruno Siqueira e representantes de 24 municípios participaram do encontro, que definiu dez princípios e 30 diretrizes encaminhados para a conferência em Minas. Destes, cinco foram escolhidas e encaminhadas a Brasília, para a etapa nacional, e incluídas nas propostas finais, adaptadas para fazerem parte das novas metas do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.
"Essa articulação regional é de fundamental importância, porque é através dela que demonstramos nossas demandas e contribuições para o fortalecimento das políticas a serem desenvolvidas pelo Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil. Tendo conseguido que nossas propostas fossem somadas ou integradas às de outras regiões do Brasil, acreditamos ter dado nossa contribuição para o fortalecimento do sistema proposto pela recente legislação vigente de proteção e defesa civil, e que se encontra em face de regulamentação", afirmou Deotti.
TEXTO: Luciana Peralta
COLABORAÇÃO: Ana Carolina Mendes
FOTO: Gil Velloso
* Informações com a assessoria de comunicação da Defesa Civil pelo telefone 2104-8776.
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