Faltam oito dias para a reinauguração do Museu Mariano Procópio (Mapro)! Como forma de comemorar a data e expor o grande acervo do Museu, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) está realizando uma recapitulação das principais obras presentes no Mapro e na exposição "Rememorar o Brasil: a independência e a construção do Estado-Nação". Nesta segunda-feira, 29, a peça relembrada foi a de “Tiradentes Esquartejado", uma das mais icônicas do Museu.
Em 1926, Alfredo Ferreira Lage, apaixonado pelas causas do Império e grande admirador de D. Pedro II, adquiria para o Museu Mariano Procópio os fardões usados nas cerimônias da maioridade e do casamento do Imperador. Guardados pelo primeiro Mordomo-Mor, Conselheiro Paulo Barbosa da Silva (1795-1868), foram conservados pela família e vendidos ao mercador de objetos antigos, G. de Miguel & Cia., localizado, na época, na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro. A companhia chegou a oferecer as peças a diversos museus brasileiros, porém, sem êxito.
De acordo com o supervisor de Museologia da instituição, Eduardo Machado, uma das curiosidades sobre as peças é que elas são confeccionadas em lã e levam bordados de elementos fitomorfos em fios de ouro e que as formas desses bordados representam folhas de carvalho. Ainda de acordo com ele, o carvalho significa “força”, “longevidade” e “resistência” relacionadas ao eixo mundo, características importantes para o monarca que se tornou oficialmente Imperador do Brasil com apenas 14 anos de idade.
Outra curiosidade é que, para adquirir as peças, o fundador do museu recebeu uma pequena ajuda do jornalista e historiador Pedro Calmon. Em abril de 1926, na Gazeta de Notícias, ele produziu uma reportagem em que assustava o mercador G. de Miguel, suscitando questionamentos sobre as vestes imperiais, dizendo serem bens nacionais. Por um preço bem menor, o diretor do Museu Mariano Procópio conseguiu comprar as peças, impedindo que as mesmas fossem vendidas para o exterior.
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