Falta uma semana para a reinauguração do Museu Mariano Procópio (Mapro)! Como forma de comemorar a data e expor o grande acervo do Museu, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) está realizando uma recapitulação das principais obras presentes no Mapro e na exposição "Rememorar o Brasil: a independência e a construção do Estado-Nação". Nesta semana, já foram relembradas as vestes de Dom Pedro, a obra Tiradentes Esquartejado e a última foto da Família Imperial. Agora, você conhece um pouco mais sobre as cartas de D Pedro I à amante, Marquesa de Santos.
O primeiro Imperador do Brasil era conhecido por várias coisas, como seu amor pela equitação e seu lado artístico. Mas se tinha algo pela qual D. Pedro I (1798-1834) não era conhecido, era por sua fidelidade à esposa D. Leopoldina (1797-1826). Um de seus casos extraconjugais mais longos e mais emblemáticos foi com Domitila de Castro Canto e Mello, a Marquesa de Santos (1797-1867).
Muitas são as versões que contam como os amantes se conheceram, mas o que se sabe é que o relacionamento, que começou em 1822, pouco antes da independência do Brasil, se estendeu por sete anos e foi escancarado a todos, inclusive à esposa do imperador. Do romance resultou uma vasta correspondência, hoje dispersa entre diversos acervos e instituições, entre elas o Museu Mariano Procópio.
Ao todo, o museu possui nove dessas cartas, como conta a historiadora da instituição, Priscila da Costa P. Boscato. Nas correspondências, o imperador do Brasil assina como “O Demonão”, “O Fogo Foguinho” e, também, como “O Imperador”. Ainda segundo ela, nos documentos, D. Pedro declara seu amor e sua fidelidade à marquesa. Com algumas delas, envia presentes.
A historiadora conta que as cartas de D. Pedro I para Domitila pertenceram à coleção de Alfredo Ferreira Lage, fundador do museu e, junto com outros documentos, compunham o núcleo inicial do Arquivo Histórico, inaugurado em 1939. “Em uma dessas cartas, D. Pedro faz menção a um colar de ametistas, presente dele para Domitila. Hoje esse colar faz parte do acervo do Museu Imperial”, conta.
Abaixo, podemos conferir um dos textos presente nessas correspondências, como escritos na época:
“Meu benzinho:
Tenho gosto de lhe enviar essa cestinha com hum delicado mimo dentro, estes dois cravos para que cravando-se no seu coração lhe farão conhecer a fidelidade do meu, que he todo seu, a coleira para pôr o forro e o dinheiro da mezada, que sem isso não comprão os melloens: afinal remeto o meu coração, beijos e abraços, dados com aquela amizade que se caracteriza.
Este seu amante
O Demonão”
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