Faltam seis dias para a reinauguração do Museu Mariano Procópio (Mapro)! Como forma de comemorar a data e expor o grande acervo do Museu, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) está realizando uma recapitulação das principais obras presentes no Mapro e na exposição "Rememorar o Brasil: a independência e a construção do Estado-Nação". Nesta semana, já foram relembradas as vestes de Dom Pedro, a obra Tiradentes Esquartejado, a última foto da Família Imperial e as cartas de D Pedro I à amante, Marquesa de Santos. Agora, você conhece um pouco mais sobre exercícios da educação de Dom Pedro II.
No passado, a infância dos príncipes, aqueles que herdariam o trono e se tornariam futuros monarcas, com certeza não foi semelhante à de outros garotos da mesma idade. A de D. Pedro II, futuro Imperador do Brasil, foi um pouco solitária e com muito, muito estudo. Órfão de mãe logo depois de completar um ano de idade e de pai aos cinco, quando D. Pedro I abdica do trono e retorna a Europa, o menino foi criado por tutores que garantiram sua boa educação. Algumas lições feitas pelo pequeno Pedro II podem ser conferidas no acervo do Museu Mariano Procópio.
Os exercícios foram objeto de pesquisa dos historiadores da instituição, Priscila da Costa P. Boscato e Sérgio Augusto Vicente, que contam que a primeira coisa que chama atenção nos manuscritos é a beleza e a sofisticação de sua caligrafia. Mas não apenas isso, o teor moral dos ditados que ele repetia copiosamente também chamam atenção. Em uma das lições, o príncipe copiara: “A necessidade de Religião e Instrução para a estabilidade dos Impérios, riqueza e glória dos Imperantes, é especialmente consignada na Sagrada Escritura”.
Segundo os pesquisadores, é possível que, em meio aos dilemas familiares e nacionais, a dedicação aos estudos tenha deixado de ser apenas uma árdua obrigação e se tornado um costume. Ou, ainda, uma espécie de refúgio dos problemas que atormentavam o jovem príncipe. Em seus exercícios caligráficos, o jovem, conhecido como “órfão da nação”, escrevia frases como, “A felicidade é um hábito” ou “Nada é mais gratificante do que o prazer de fazer o bem” e ainda “A sabedoria é mais estimável que as forças: o homem prudente vale mais que o valoroso”.
Em meio às crises de impopularidade, que chegaram ao auge após a morte de seu maior opositor, o jornalista Libero Badaró, Dom Pedro I, que declarou a independência do Brasil, abdicou do trono e retornou a Portugal. No Brasil ficaram seu herdeiro, Dom Pedro II, com as irmãs Januário, Paula e Francisca. Antes de deixar o país, porém, o pai selecionou pessoas de confiança para cuidar da educação dos filhos.