O Projeto Guardas no Apoio e Prevenção nas Escolas (Gape), em parceria com a Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD) da Polícia Militar, esteve na manhã desta quinta-feira, 17, na Escola Estadual Marechal Mascarenhas e Moraes, o Polivalente de Teixeiras. O motivo foi um bate-papo sobre prevenção e combate à violência contra a mulher. A atividade faz parte das comemorações do Agosto Lilás, mês de conscientização por mais respeito aos direitos da mulher.
A secretária de Segurança Urbana e Cidadania, Letícia Paiva Delgado, trouxe aos alunos dos segundo e terceiro anos do ensino fundamental uma abordagem histórica sobre a cultura na perpetuação do machismo, até chegar na Lei Maria da Penha, que nasce do processo de busca por justiça em um caso de violência doméstica e familiar. “A lei Maria da Penha, publicada em 7 de agosto de 2006, é tida como a terceira melhor legislação do mundo para proteção à mulher. No entanto, ela ainda carece de estruturação e de mecanismos para que toda a rede de proteção seja mais resolutiva e ampare de fato a vítima de violência”, destacou a palestrante.
A violência contra a mulher foi demonstrada como produto social, cultural e histórico. “A cultura sempre fortaleceu o machismo, a sociedade sempre fortaleceu, a história e o direito também fortaleceram, dando muito mais poder para homens por muito tempo. Até hoje, nós mulheres lutamos por direitos muito básicos. O direito da mulher a não ser violentada é uma parcela dos direitos por que lutamos. A gente ainda luta por direito a ter emprego, direito à liberdade, à igualdade, a termos condições de ter uma carreira e cuidar de nossos filhos”, acrescentou.
A apresentação dos integrantes da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica, equipe que realiza trabalho de apoio a vítimas de violência doméstica e familiar em Juiz de Fora em momento pós-ocorrência, seguiu pelo caminho preventivo. Os policiais militares alertaram para a objetificação e sexualização do corpo feminino na sociedade machista, o que expressa a ideia latente de posse. Nessa perspectiva de domínio sobre a mulher, os ciúmes excessivos, as discussões, pavimentam o caminho para abusos, podendo chegar ao extremo da violência física e do feminicídio.
O Gape é um projeto preventivo, criado pela Guarda Municipal e retomado pela Sesuc, gestora da corporação, com o intuito de reforçar a construção de relações mais pacíficas nas escolas. O projeto tem sua regulamentação na portaria nº 14, da Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc), que dispõe sobre as políticas de prevenção à violência e fortalecimento da cidadania.