Cerca de 250 pessoas participaram do primeiro mutirão da diversidade, promovido pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e realizado na manhã desta quinta-feira, 1º, no Parque Halfeld. Além das oportunidades de emprego, a ação contou com oficinas para geração de renda e serviços abertos à população. O mutirão encerra a programação da Semana da Empregabilidade Trans em Juiz de Fora.
Em busca de uma oportunidade, Rebecca Scoralick aproveitou o mutirão de empregos para entregar currículos e conversar com recrutadores das empresas. “Estou em busca de todas as oportunidades possíveis. Para nós, pessoas trans, é muito raro ter essas oportunidades. Eu trabalhei com dança, com arte, por eu ser artista independente, mas agora, estou em busca também de vivenciar outras experiências nas empresas”, explica. “Achei a iniciativa muito importante e necessária e poderia acontecer sempre. Também a questão da qualificação, para sabermos nos colocar da melhor forma para o trabalho!”
Para a presidente da Associação de Travestis, Transgêneres e Transsexuais de Juiz de Fora (Astra), Sol Mourão, “foi muito importante, um movimento que a gente nunca viu acontecer na nossa cidade e também no estado. Agora, temos uma lei voltada para a empregabilidade de pessoas trans, que além de ajudar na inclusão, também está orientando as empresas, o que ajudará as pessoas a se manterem nos trabalhos futuramente.”
Buscando promover oportunidades iguais no mercado de trabalho, além de fortalecer a inclusão e a diversidade no ambiente profissional, a ação atende à Lei Municipal 14668/2023, que “institui a Semana Municipal da Visibilidade, Empregabilidade e Capacitação de Travestis, Pessoas Transgêneras Binárias e Não Binárias”. Para a vereadora Tallia Sobral, o balanço da Semana é positivo. “Pensar nessas políticas é muito importante, porque a transfobia joga essas pessoas à margem da sociedade. Quando conseguimos construir uma semana da empregabilidade trans, trazendo toda a perspectiva do que tira essas pessoas do mercado de trabalho é muito positivo. Que possamos fazer isso todos os anos, para inserir cada vez mais as pessoas trans no mercado de trabalho, dando acesso à moradia e toda dignidade”, avaliou.
Chamada por dez empresas
Paloma Oliveira, 28, moradora do bairro São Geraldo, participou, pela segunda vez, nesta quinta-feira, de um mutirão de empregos promovido pela Prefeitura de Juiz de Fora. Ela saiu recentemente da empresa em que trabalhava e foi em busca de uma recolocação. “Na primeira vez que participei de um mutirão, no CCBM, fui chamada por dez empresas e fui contratada. Agora, estou aqui, de novo, em busca de emprego. Tenho experiência como autônoma, auxiliar de cozinha, repositora e balconista, e estou aberta a uma nova oportunidade, afirmou.
O secretário de Desenvolvimento da PJF, Ignacio Delgado, explica que os mutirões de emprego integram o programa “GerAÇÃO JF: Emprego, Renda e Negócios”, que auxilia a aproximação de pessoas em busca de colocação no mercado de trabalho e empresas que querem contratar na cidade. De acordo com balanço da Sedic, em 2023, os projetos contribuíram para a contratação de cerca de 1600 pessoas e a qualificação profissional de quase 150 pessoas em situação de vulnerabilidade social.