No próximo dia 1º de abril, o golpe civil-militar de 1964 completa 60 anos. Nesse dia, Juiz de Fora recebe a Marcha da Democracia. O evento também chamado de “marcha reversa” contará com dezenas de entidades e ativistas políticos que partirão do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Zona da Mata Mineira para se encontrar com parentes do ex-presidente João Goulart e outros familiares de personagens que fizeram a história da resistência democrática naquela época. O acontecimento tem o apoio da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e culminará no encontro das caravanas às 16h, na Praça Antônio Carlos, Centro da cidade.
De acordo com o secretário especial de Direitos Humanos, Biel Rocha, a proposta do coletivo de entidades que organiza o ato é lembrar o que foi o golpe e as suas consequências. “Mas, acima de tudo, queremos homenagear as pessoas que, na ditadura, dedicaram a vida pela democracia. Será um grande encontro repleto de simbolismo. Trata-se de um verdadeiro abraço entre os três estados e em todos os representantes dos familiares dos presos, cassados, exilados e torturados. Estamos aguardando cerca de mil pessoas neste ato em prol da democracia do país”, comentou.
Sobre a Marcha
Os quase 180 quilômetros que separam Rio de Janeiro e Juiz de Fora serão percorridos na marcha reversa da que então o general Mourão Filho fez na madrugada de 1º de abril de 1964 com destino à capital fluminense. A viagem terá início às 8h da manhã e contará com duas paradas simbólicas: a primeira “solidária” na entrada da cidade de Petrópolis - com a entrega de 100 quilos de leite em pó que serão distribuídos pela Defesa Civil para os atingidos pelas chuvas - e na divisa dos estados de Minas e Rio de Janeiro (Levy Gasparian), onde ocorrerá um ato simbólico na ponte sobre o Rio Paraibuna. O evento conta com o apoio de emenda parlamentar da vereadora Cida Oliveira.