Gerar renda para parcelas historicamente excluídas do mercado de trabalho formal. Este é o principal objetivo do projeto de inclusão produtiva “Procê”, desenvolvido pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Desde o início deste ano, a iniciativa vem sendo desenvolvida, tendo, em um primeiro momento, o investimento na capacitação de pessoas em situação de rua junto ao curso de gastronomia da UniAcademia.
Grupos participaram de oficinas de pães, bolos e biscoitos e de noções básicas de gestão para a comercialização destes produtos. Além dessa formação, o grupo também participou do curso de manipulação de alimentos oferecido pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade (Sedic).
O assessor responsável pelo atendimento à população em situação de rua da SEDH, Jordan Beloto, explicou que a ideia surgiu a partir de conversas com pessoas em situação de rua. “Queríamos tirá-los do estigma que estão acostumados envolvendo reciclagem e ‘bicos’. A partir daí construímos coletivamente o projeto de geração de renda para essas pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social, de modo que sejam capazes de gerar sua própria renda de maneira digna e estável, e assim superar processos crônicos de exclusão social”, contou.
Jordan ainda destacou que a ideia é a própria rua fazer a gestão da marca de forma coletiva. “Eles elaboraram a forma de distribuição dos lucros por meio de horas trabalhadas com modelo de trabalho próprio que vai desde a fabricação até a venda”.
A primeira comercialização dos produtos feitos pelo grupo, composto hoje por seis integrantes, foi no realizada no último sábado, 24, na Feira da Diversidade Religiosa, no Museu Ferroviário. A expectativa é que nos próximos meses um box seja montado no Mercado Municipal para que a população possa comprar os quitutes.
Segundo a professora do curso de gastronomia da UniAcademia, Mariana Alencar, a iniciativa faz parte de um projeto maior chamado “Comida é Ponte” e a ideia é justamente criar um modelo de geração de renda, de elevação da autoestima por meio da gastronomia. “Entendemos que a gastronomia é uma ferramenta de transformação muito importante e muito rápida, principalmente para grupos em extrema vulnerabilidade, para pessoas que precisam de uma resposta rápida para que possam transformar suas vidas e ingressar no mercado de trabalho. A gastronomia é uma dessas ferramentas, além de ser diplomática e democrática, porque todo mundo gosta de comida boa e ótimos cozinheiros estão em todos os lugares, então esta é uma forma de estimular esses grupos para que busquem informação tornando-se microempresários”.