A Galeria Ruth de Souza, localizada na Rua Gilberto de Alencar, atrás da Igreja São Sebastião, Centro (Teatro Paschoal Carlos Magno), recebe a partir desta quinta-feira, 5, a exposição “Reza Forte” que oportuniza seu público a rememorar a tradição das benzedeiras através de uma exposição multimídia. O projeto foi idealizado pelo Grupo Canela – formado por Mariana de Andrade, Rodrigo Dias e Juraci Teodora - e busca valorizar e destacar a importância do trabalho realizado por essas figuras tão emblemáticas na cultura brasileira.
A abertura será realizada no espaço cultural, às 19h, e a mostra segue aberta à visitação até o dia 5 de janeiro de terça a domingo, das 9h às 21h. A entrada é gratuita e conta com transcrição em braille de seus conteúdos textuais. A classificação é livre.
Originada a partir de um mapeamento realizado ao longo de oito meses, a exposição Reza Forte apresenta a figura de sete benzedeiras, cada uma representando uma região de Juiz de Fora: Dona Rosa (Região Central); Regina (Zona Leste); Dona Maria Eugênia (Zona Nordeste); Dona Norma (Zona Norte); Dona Tereza (Zona Oeste); Dona Preta (Zona Sudeste); e Cláudia, moradora da Zona Sul.
Os painéis artísticos foram realizados através de uma técnica mista, baseada na sobreposição de folhas vegetais desidratadas, materiais frequentemente utilizados em suas rezas. Além disso, para potencializar o caráter que se assemelha a proposta, as vozes das rezadeiras foram gravadas durante o ato das bênçãos, e serão constantemente repetidos junto de seus retratos, também como forma de abençoar os visitantes.
“A exposição busca resgatar a memória das benzedeiras, que estão cada vez mais distantes das novas gerações, e também ressaltar sua resistência, principalmente perante a ignorância e violência crescentes decorrentes da intolerância religiosa”, relata Rodrigo Dias, um dos artistas responsáveis pela mostra. “Além de despertar a memória afetiva queremos mostrar que mesmo com todas as dificuldades as benzedeiras ainda estão presentes e são procuradas.”, complementa Mariana Andrade, uma das idealizadoras do projeto.
O projeto conta com o patrocínio do Governo Federal e da prefeitura de Juiz de Fora, por meio do edital Multicultural, da Lei Paulo Gustavo, promovido pela Fundação Alfredo Ferreira Lage (Funalfa).
Foto: Divulgação