No dia 10 de dezembro, data em que se celebra o “Dia Internacional dos Direitos Humanos”, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) promoveu no Teatro Paschoal Carlos Magno o evento “Mulheres de Luta” - homenagem às mulheres da cidade, símbolos de resistência à ditadura militar. A iniciativa integra a “Semana Municipal dos Direitos Humanos Clodsmidt Riani” que segue até a próxima sexta-feira, 13.
As homenageadas foram Maria do Céu (representada pela filha Helena Meirelles), Eny Raimundo Moreira (representada pela sobrinha Patricia Ribeiro), Helena de Mota Salles, Nair Guedes, Marilda Villela Iamamoto, Marilea Venancio Porfirio, Áurea Celeste Gouvea, Thereza de Azevedo Leite (representada pela afilhada Raquel Bittar), Adenilde Petrina Bispo e Marita Pimentel França Teixeira (representada pela Diretora Financeira dos Correios, Maria do Carmo Perpétuo).
A solenidade teve início com o recital de poemas sobre a história das agraciadas, declamado pelos artistas Lennon César e Ana Carolina Salles, enquanto pessoas da plateia, de forma lúdica, carregavam placas com o rosto das homenageadas em direção ao palco onde cada uma teve assento.
Em seguida, a prefeita Margarida Salomão enviou um vídeo de saudação e justificou sua ausência por estar em agenda no Tribunal de Contas do Estado. “Deixo aqui minha admiração e o meu agradecimento por terem feito tanto por Juiz de Fora e pelo Brasil”.
O secretário especial de Direitos Humanos, Biel Rocha, ressaltou que as homenageadas representam outras milhares. “Este gesto é porque aqueles que as torturaram, perseguiram e vigiaram, ainda estão aqui. Por isso é importante reverenciar a luta pela democracia”.
A professora Helena Salles foi a responsável pelo pronunciamento em nome das agraciadas. “Para que não se esqueça, para que não mais aconteça, é o que resume a motivação dessa homenagem. Ao completar 60 anos do golpe de estado de 1964, o Brasil viu-se diante da necessidade de se confrontar com seu passado e os muitos obstáculos herdados para a consolidação da democracia. A PJF não se furtou da necessária tarefa, e por meio da SEDH promoveu vários eventos ao longo do ano. Hoje a homenagem às juiz-foranas atuantes contra a ditadura marca o encerramento em 2024 dessas atividades que evocam a necessidade de reparação das atrocidades e abusos cometidos na ditadura”.
Encerrando o evento, a secretária de governo, Cidinha Louzada, elogiou o trabalho da SEDH por meio do resgate da história. “Estamos passando por um período nebuloso, com receio de perder a liberdade e ações como essa trazem claridade. Não tem grito maior do que a história e as cicatrizes das pessoas. A percepção da ditadura para as classes populares era diferente e muitas pessoas lutaram por nós, por isso a importância da militância para trazer conhecimento e verdade”.
Conheça no anexo as homenageadas