Cerca de 20 deficientes visuais atendidos pela Associação dos Cegos passaram a manhã desta sexta-feira, 5, no Museu Ferroviário de Juiz de Fora, localizado na Avenida Brasil, 2001. O grupo, que inclui pessoas cegas e com baixa visão, participou da visita de encerramento do projeto “Linhas de Afeto e Trajeto”, desenvolvido pela arte-educadora Gabriela Alves, com financiamento do Programa Cultural Murilo Mendes,mantido pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e gerido pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa).
O grupo foi acompanhado por dez monitores e teve a oportunidade de tocar peças do acervo produzidas em ferro, estanho e madeira. “Nossa coleção tem a peculiaridade de ser robusta, o que favorece a visitação de crianças e pessoas com deficiência visual”, pontua Marco Aurélio Assis, supervisor do equipamento cultural, que soma mais de 400 peças. O acervo conta a história da ferrovia e seus impactos sociais e econômicos na cidade e região.
A coordenadora da Associação de Cegos, Flávia de Lourdes Rosa, contou que os assistidos estavam ansiosos pelo passeio. “Poder tocar as peças, sentir os formatos e as texturas é perfeito porque eles enxergam com o tato. A maquete tátil do museu também ajudou muito. É muito bacana essa oportunidade de conhecer o espaço. Estão todos muito felizes, descobrindo coisas novas, o que é bem interessante”.
Entre os visitantes estava Jorge Ferreira, que fez questão de participar de todas as atividades propostas. “Tenho 60 anos e nunca andei de trem. Achei muito bacana poder sentir como era uma estação, conhecer locomotivas e outras peças. Gostaria de poder vir mais vezes para saber de mais detalhes desse mundo da ferrovia”.
O projeto
Iniciado em maio do ano passado, o projeto “Linhas de Afeto e Trajeto” levou mais de 500 visitantes ao museu, sendo a maioria estudantes das redes municipal e estadual de ensino. Com financiamento do Edital Murilão do Programa Cultural Murilo Mendes, o passeio incluiu transporte de ida e volta, além de material didático produzido especialmente para a ação.
A proponente Gabriela Alves afirma que o objetivo foi levar público ao Museu Ferroviário mas, para além disso, incentivar os visitantes a pensarem o acervo de outras formas. “Queremos promover reflexão sobre as potências sensíveis do espaço, pensar como as histórias das pessoas foram e ainda são afetadas pelas ferrovias, os encontros que elas promoveram. Tudo isso faz parte da memória de Juiz de Fora e de Minas”.
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