Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage - FUNALFA
TEATRO PASCHOAL CARLOS MAGNO
Biografia
Paschoal Carlos Magno nasceu no Rio de Janeiro, em 1906, e faleceu na mesma cidade, em 1980. Filho de imigrantes italianos, iniciou a carreira como ator em 1926. Em 1928, começou a escrever crítica literária e, no ano seguinte, formou-se em direito. De caráter multifacetado, atuou como animador, produtor, crítico, autor, romancista, poeta, diretor, diplomata de carreira, vereador pelo Distrito Federal, chefe de gabinete no Governo de Juscelino Kubistschek.
Como advogado, iniciou uma campanha de coleta de fundos para a instituição da Casa do Estudante do Brasil. Em 1938, funda o Teatro do Estudante do Brasil (TEB), inspirado nos teatros universitários europeus, com duas funções: a pedagógica e a artística.
Tem espetáculos montados na Europa e no Brasil, alcançando grande sucesso. Em 1948, sob sua direção-geral e com direção do alemão Hoffmann Harnisch, o TEB monta “Hamlet”, de William Shakespeare, que obtém enorme prestígio. No papel-título, o espetáculo revelava o jovem Sérgio Cardoso, então com 22 anos.
O êxito da experiência do TEB e as viagens de Paschoal pelo Brasil afora, incentivam a criação de teatros de estudantes em inúmeras cidades. Em 1952, ele leva o TEB a uma extensa turnê pelo Norte do país, apresentando gratuitamente um repertório de sete espetáculos.
Ao retornar, inicia o projeto Teatro Duse, no porão de sua casa no Bairro Santa Tereza, com cem lugares. Em quase quatro anos de existência, o Teatro Duse apresenta 21 espetáculos com entrada franca. A casa abre espaço para autores brasileiros inéditos, revelando nomes como Antônio Callado e Rachel de Queiroz. Além de realizar montagens, o projeto se dedica ao ensino da profissão em cursos de um ano. Entre os professores figuram Esther Leão, Bibi Ferreira, Oswaldo Loureiro, Consuelo Leandro e Glauce Rocha.
O presidente Juscelino Kubitschek encarrega Paschoal de dinamizar a cultura e buscar talentos artísticos em todos os recantos do país. Assim, surgiu o primeiro Festival Nacional de Teatros de Estudantes, que duraria ainda seis edições. Foi nomeado Secretário-geral do Conselho Nacional de Cultura, em 1962, quando então organizou a Caravana da Cultura que percorreu os estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, da Bahia, de Sergipe e de Alagoas, com 256 jovens, que apresentaram espetáculos de teatro, dança e música.
Foi afastado da carreira diplomática pelo Golpe Militar de 1964. Em 1974, ainda lançou o projeto, a Barca da Cultura, que desceu o Rio São Francisco de Pirapora a Juazeiro. .